Srila Bhakti Raksaka Sridhar Dev Goswami Maharaja
Nós temos que abandonar o indesejável, a cobertura corpórea. Isso não é a Jiva (alma, monada ou espírito) certa. Morrer para viver. Morrer quer dizer abandonar o ego, e surgirá um magnífico eu interior. "Morrer para viver" significa matar o que somos agora. Devemos morrer a nossa personalidade presente. O velho conceito sobre nós mesmos é completamente falso. Temos que ter um novo nascimento. Aí vamos descobrir que nosso eu verdadeiro está nesse plano de imortalidade. Morrer primeiro. Mas depois no outro lado é nascimento, vida de verdade. Temos que eliminar primeiro a porção inferior; eliminar todos os enganos desta vida.
Por volta de 1934 durante a época de Srila Bhakti Sidhanta Prabhupada, conversei com um senhor em Kutan. Ele era seguidor de uma grande missão. Eles tinham grandes cartazes para o "Seva Asrama", e outras coisas de grande porte. Mas qualquer auditor que fosse lá poderia provar que eles estavam falidos. Eles não tinham nenhum capital, era uma coisa falsa, uma farsa. Não tinha nem riqueza nem bem-estar social. Eles não tinham nenhuma realidade para distribuir às pessoas. Eles eram uma fraude, mayavada. Eles davam uma dieta nociva aos pacientes, uma dieta insalubre; esse era o negócio deles.
Onde está o paciente? O paciente está dentro. A Jiva é o paciente. E eles ajudavam o corpo, independente do interesse da Jiva. Eles serviam ao corpo sem levar em conta o interesse da Jiva. E com essa ajuda arbitrária, o corpo vai mais e mais contra o interesse da Jiva.
Nós geralmente não organizamos nenhuma ajuda para os gundas (ladrões). Organizamos ajuda para estudantes, trabalhadores sociais, mas nunca para os gundas que são desorientados. Geralmente, todos os seres são desorientados; eles vivem a vida do descarado. Dar ajuda indiscriminada a eles sem mudar sua direção, é impulsioná-los para o inferno. Esse não é o objetivo correto, impulsionar para esse lado, para o perigo. A ajuda indiscriminada neste plano não ajuda em nada.
A pessoa tem que ter primeiro sambandha jñana, uma boa direção, o conceito correto do destino certo. Aí a ajuda terá alguma utilidade. De outro modo, sem a direção correta, é só capricho. Um impulso caprichoso não pode ajudar ninguém no caminho do progresso. Não é progresso verdadeiro.
Um senhor me disse certa vez em Madras, "Primeiro ajude os pacientes a manter o corpo e alma juntos. Depois você pode falar a eles sobre a verdade, sobre Hari (Deus), sobre consciência de Krishna. Se ele morrer, para quem você vai falar?” Eu respondi, "Suponha que haja fome e eu distribuo alguma comida. Há tantos a meu redor, para obter o alimento que distribuo. Alguém sai fora desse lugar. Será que devemos parar a distribuição de alimento e correr atrás dele? Ou devemos continuar a distribuição de comida para tantos outros? Será que devemos parar a distribuição e ir atrás dele? Há tantos seres vivos, e alguns morrem. Por isso que não devo correr atrás dos que morrem para trazê-los de volta ao corpo, e parar a minha distribuição de néctar para tantos. É desse jeito."
O que eles concebem como verdade é inverdade na real. Além do mais, o método que eles aceitam para ajudar outros é muito errado. É completamente errado. Eles não têm um diagnóstico verdadeiro, mas se ocupam intensamente em dar tratamentos e dietas. O diagnóstico é o mais importante. O que está errado conosco, qual deve ser nosso interesse, o supra-sumo da vida; isso deve ser definido primeiro. A questão da ajuda vem depois. A ajuda está disponível ou não, onde está a garantia? Como devemos definir o que é útil e o que não é útil?
O progresso tem que prosseguir na direção certa. E qual é a direção certa? Exploração máxima, exploração hábil, exploração irregular e exploração regular, isso é karma. E renúncia, jñana, é a coisa oposta. Exploração e renúncia; dois opostos. Mas deve-se achar uma terceira direção para conciliar todas as contradições.
Realidade é algo mais. Tad viddhi pranipatena pariprasnena sevaya upadeksyanti te jñanam jñaninas tattva-darsinah (Bhagavad-Gita 4.34). "Tente saber a verdade somente por se aproximar de um mestre espiritual. Pergunte a ele com submissão e preste-lhe serviço. O ser auto-realizado pode dar o conhecimento, pois ele vê a verdade"...
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